Tratamento da Dor Crônica
No Brasil, conforme dados da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), são mais de 60 milhões de pessoas que possuem dor crônica (aquela que persiste por mais de três meses consecutivos), o equivalente a 37% da população.
Estudos mostram que abordagens com equipes multidisciplinares são mais eficazes no tratamento da dor crônica, sendo capazes de proporcionar aos pacientes melhor qualidade de vida, controle mais eficaz da dor, melhores e mais rápidas taxas de retorno ao trabalho (na ordem de 21%) e redução das comorbidades mentais e psiquiátricas
Entre os impactos da dor crônica, que restringe e até inviabiliza atividades simples e diárias, estão a depressão, o transtorno de ansiedade, o uso abusivo de substâncias, que por sua vez intensificam a experiência geral da dor.
A International Association for the Study of Pain (IASP) elegeu 2023 como o ano global para o cuidado integrativo da dor, com ênfase no autocuidado e nas terapias não medicamentosas.
Aliado ao trabalho do fisiatra, para obter melhor resultado no tratamento da dor crônica, existem técnicas que também podem ser usadas para tratar a dor crônica como acupuntura, técnicas mente-corpo (como meditação, yoga e tai chi) e técnicas envolvendo manipulação e terapias corporais.
Existe um conceito errôneo e uma dúvida muito recorrente entre os pacientes no tratamento da dor crônica.
A médica está enganada, ela prescreveu antidepressivo ou anticonvulsivante, mas eu tenho dor e não estou deprimido. E agora, devo tomar a medicação?
Importante saber que estas classes de medicamentos são muito indicadas em caso de tratamento da dor crônica independentemente de você ter depressão ou convulsão. Elas possuem uma ação importante, porque quando você passa muito tempo com dor seu corpo passa a ter uma memória de dor e uma alteração de neurotransmissores (substâncias importantes neste controle álgico e também do humor), que se não forem reequilibrados, impedem sua melhora de dor.
Estas medicações são utilizadas por um período. Não serão eternas, e também, diferente do que pensam os pacientes, não viciam.
O médico deve explicar todos os detalhes, efeitos colaterais e tirar todas as suas dúvidas para que você utilize a medicação tranquilamente e possa melhorar. Afinal, a dor crônica e todas as descompensações geradas por ela ou mesmo o uso excessivo de outros medicamentos que não resolvem a dor, são mais prejudiciais do que estas classes medicamentosas utilizadas com orientação e de forma correta.
Não há receita de bolo. O tratamento de dor crônica deve ser individualizado para cada paciente, entendendo qual o melhor caminho para cada um, mas o uso destas medicações precisa estar em seu radar como parte do arsenal nesta batalha.
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